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CAIU!

A taxa de juros caiu! Mas o que isso muda?


No último dia 5, foi reunido o Comitê de Política Monetária do Banco Central (COPOM) para decidir sobre a Taxa Básica de Juros do nosso país, a SELIC. A decisão foi de baixar essa taxa, que era de 2,25% ao ano, para 2% ao ano. Tudo bem, mas precisamos entender o porquê e o para quem isso foi feito.


SELIC é a sigla para o Sistema Especial de Liquidação e Custódia, um sistema que gerencia as transações financeiras envolvendo o Tesouro Nacional. Taxa SELIC é a taxa usada por esse sistema para calcular a remuneração de um empréstimo ao Governo.


Por exemplo, se a taxa SELIC está 2%, quer dizer que, se você emprestar 100 reais ao governo através de um investimento no Tesouro SELIC, vai ter, depois de 1 ano, R$102,06, considerando os juros compostos.


Mas então por que diminuir essa taxa? O governo está falido e quer pagar menos pelos investimentos? Calma, não é por isso (ainda).


Para um banco emprestar dinheiro para alguém, ele primeiro precisa pegar esse dinheiro emprestado. Então, o banco paga uma taxa por esse empréstimo, que pode vir do governo ou de outros bancos, e a médias dessas taxas fica bem próxima da taxa SELIC. Essa média é a taxa DI (ou taxa do CDI).


Agora, vamos pensar na situação de hoje: com a crise do COVID-19, o comércio está com muita dificuldade. Para sobreviver, muitos desses estabelecimentos precisarão recorrer a esse empréstimo do banco.


Mas um empréstimo não é de graça: o banco dá o dinheiro que você precisa hoje, mas amanhã você vai precisar pagar juros ao banco, e o valor desses juros depende de principalmente 2 coisas:


  • O risco

  • Os custos do banco para te emprestar esse dinheiro


Vamos colocar como exemplo o Joaquim. Ele tem um restaurante e precisa pegar um empréstimo para pagar seus funcionários durante a pandemia. Para isso, ele vai ao banco, mas o banco sabe que Joaquim não pode abrir seu comércio devido à pandemia, e sabe que o risco de que ele não possa pagar por esse empréstimo é alto.


Por isso, o banco vai oferecer um empréstimo com juros muito altos ao Joaquim, tornando o risco de que ele não consiga pagar ainda maior, ou simplesmente vai negar e o Joaquim vai ter que fechar as portas e demitir seus funcionários.


Se o custo que o banco tem para oferecer esse empréstimo for menor, é possível que ele consiga oferecer ao Joaquim uma condição na qual ele consiga pagar esse empréstimo. E como o banco precisa pagar uma taxa bem próxima da SELIC para emprestar esse dinheiro, então reduzir pode ser a saída para que o restaurante do Joaquim continue funcionando.


Atualmente, o mundo está cheio de Joaquins. Se todos falirem, o desemprego aumenta, as pessoas perdem poder de compra, o que faria outros estabelecimentos falirem também. Um efeito dominó.


Por esse motivo, não só o Brasil mas diversos países estão reduzindo ou até anulando suas taxas básicas, como uma forma de ajudar o comércio a se manter ativo, com dinheiro circulando no país. No caso do Brasil, a taxa já vinha de consecutivas baixas devido a uma estratégia do Banco Central de tornar o crédito mais barato, mas as quedas foram acentuadas devido à pandemia.


Mas e se os bancos decidirem não baixar suas taxas mesmo assim?


Se isso acontecer, ou o Joaquim não pega o empréstimo, ou pegaria um empréstimo muito caro que não conseguiria pagar. Em ambos os casos, o banco fica no prejuízo. Com esse efeito ocorrendo em larga escala, ele se vê obrigado a reduzir os juros cobrados pelo empréstimo.


Basicamente, os juros baixos são uma forma de ajudar a aquecer a economia. Com certeza, não é uma solução definitiva, e sim apenas um fator para contribuir ou para pelo menos não piorar a situação em que estamos.


O que você acha? Acredita que as reduções na taxa SELIC baixa vão ajudar a aquecer nossa economia? Comenta com a gente!



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